Mês da Memória

Em 25 de janeiro de 2019, 272 pessoas perderam a vida na maior tragédia-crime sociambiental da mineração do país.

Para marcar os cinco anos da tragédia de Brumadinho, o Instituto Camila e Luiz Taliberti, promove o Mês da Memória para honrar a memória das vítimas e amplificar o pedido por justiça.

Agenda Completa

A sociedade civil abaixo representada manifesta indignação diante de tamanha IMPUNIDADE e demanda IMEDIATO INÍCIO do julgamento. Em janeiro de 2023, completam-se quatro anos da tragédia-crime do rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da mineradora Vale S.A., em Brumadinho (MG).

+ de 45mil assinaturas

Apoiado por diversas entidades da sociedade civil, o pleito exige celeridade no andamento dos processos e pede que todas as pessoas consideradas responsáveis sejam processadas e julgadas pelos crimes identificados nas investigações. Com a retomada da campanha, a expectativa do Instituto é chegar a 60 mil assinaturas.

Programação de Encerramento

24/02/2024 - Sábado

25/02/2024 - Domingo

Nos horizontes do tempo, cicatrizes desenham as paisagens do corpo, da memória e da terra. São 5 anos da maior tragédia-crime da história do país. Era sexta-feira, 25 de janeiro de 2019, sem nenhuma sirene ou aviso prévio, a terra treme. De proporções colossais , a barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho se rompe impetuosamente num tsunami tóxico que em poucos minutos soterrou os sonhos, os amores, as vidas de 272 pessoas e 133,27 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica. Vazio onde um dia foi montanha. Não foi acidente. O processo ainda está em curso e ninguém até o momento foi responsabilizado. A mineração sustenta séculos de um padrão extrativista colonizador eurocêntrico e patriarcal que desenhou com sangue os mapas do mundo e assim segue. Há de se lembrar 2015, Mariana, o maior crime ambiental do país que matou 19 pessoas e danos ambientais irreparáveis. Do cerrado à Amazônia. A mineração põe em risco a vida, humana e não humana. No seu e no meu corpo, a mineração nos circunda. O celular, o trem, o carro, a bicicleta, o relógio. Buracos de quilômetros em uma paisagem adoecida pela lógica da mercantilização da Terra e da vida. Paisagens mineradas são paisagens entrecortadas, de entranhas expostas, camadas de memória do que um dia foi vivo. E vida é um imperativo de transformação, renasce, desobedece, se reinventa. Quando soterradas, viramos sementes. Aqui "Paisagens Mineradas" é convite a um imaginário de solo fértil. Nessa lama vermelho sangue, semeamos a vida. Em um misto de manifesto, memória e oração, esta exposição reúne 10 mulheres artistas que, feito mãe-terra, se organizam em rede para germinar outras paisagens possíveis. Este projeto é dedicado a todas as vítimas humanas e não humanas de Brumadinho e se estende a todos que foram e são impactados pela mineração exploratória ao redor do mundo. Instituto Camila e Luiz Taliberti e Isadora Canela

Beá Meira (n.1961, Brasil)

vive e trabalha em São Paulo.

Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU – USP (1985). 

O interesse pela paisagem trouxe para sua poética a investigação sobre o cenário ruinoso de exploração em que estamos imersos. Ao longo de três décadas, trabalhou concebendo práticas pedagógicas e colaborativas através arte, tendo, no entanto, se dedicado de forma cotidiana a anotar reflexões visuais sobre o antropoceno e o violento processo de interação que se instaurou entre as vidas e o ambiente, em seus cadernos de desenho. Em 2018, publicou o livro de artista Cadernos da Beá, lançado na livraria Tapera Taperá, em São Paulo. Em 2021, retorna à pintura e ao aprendizado da técnica de litogravura, no Museu Lasar Segall, com orientação de Paulo Camilo Penna, e de mokolito, no atelier de Helena Feddi.

Participou da exposição Cadernos de Artista (2023) na Lona Galeria de Arte, Obra Afeto (2022) e Desenho (2019), no Instituto Pavão Cultural, em Campinas, Exposição Nosso Labirinto e Seus Ecos, no Itaú Cultural, São Paulo, (2019), Exposição Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas, no Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro (2014), Exposição Encontro do céu e da terra, no Museu de Arte Contemporânea Itajahy Martins, Botucatu (2004), Exposição Lugares ligados, no Conjunto Cultural da Caixa, em São Paulo (2003), entre outras.

Coletivo Kujỹ Ete Marytykwa'awa

Coletivo Kujy Ete Marytykwa’awa. Surge como iniciativa de Mulheres Indígenas Awaete em união à Mulheres Iarakynga, ou não indígenas, com a proposta da ampliação do diálogo, da troca de saberes e práticas entre os povos, reescrevendo o contato que não é, nunca foi e nunca será uma opção. Assim, nos conectamos numa rede de cooperação, com fluxos energéticos focados na construção social coletiva e o despertar da consciência humana a partir da (re)conexão com povos das águas, terras e florestas. Como um bom sistema agroflorestal, reconhecendo a potência da diversidade quando se tem um sistema equilibrado. Aqui, buscamos encontrar e cocriar caminhos de conexão de territórios para facilitação de conhecimentos e experiências.

 

Murapijawa Assurini. Filha mais velha de Matuja com Itakyri. Mãe de 8, incluindo Majawa, Assassa, Kumana e Uame. Artista, pintora, ceramista e tecelã tem o desafio de aprender cada vez mais sua cultura para dar continuidade ao legado ancestral de sua família, seu povo e as futuras gerações.

 

Constelar Ancestral – Rede Cocriativa entre os Povos da Floresta. Nossa rede é formada por energias vitais multiétnicas conectadas pelo propósito de fortalecer nossa ancestralidade a partir da cocriação de caminhos éticos, decoloniais e regenerativos. O coletivo vem legitimar a união de diversos povos e culturas, reconhecendo o papel de todos na biodiversidade e equilíbrio da floresta. Dentre as atividades cocriadas pela rede estão os projetos de educação patrimonial e residência artística com os coletivos Marytykwawara e Kujy Ete e com o Instituto Janeraka. Destacam-se os projetos “Constelar Ancestral – I Circuito de Residência Artística entre Povos Verdadeiros da Floresta” e “Constelar Ancestral – I Circuito de Residência Artística entre Mulheres Verdadeiras da Floresta”, corridos entre os estados do Pará e Acre, selecionados na 1ª Edição do Prêmio Museu é Mundo (2021) e no Edital dos Povos Indígenas (2022) do Fundocasa Socioambiental. O projeto surgiu da demanda de intercâmbio interétnico entre povos e o fortalecimento de suas resistências a partir da reflexão e prática da ética e decoloniedade nos processos regenerativos e cocriativos. Focando no pensamento crítico para um protagonismo com consciência de classe estruturas de poder a serem mediadas para a prática dos direitos dos povos originários nessa relação e em sua produção cultural. O objetivo é fomentar o fortalecimento de artistas originários no diálogo e enfrentamento de suas resistências étnicas na atualidade a partir de trocas artísticas sobre suas culturas, realidades, direitos e a saúde física, mental e espiritual na guerra Socioambiental.

Isadora Canela

Isadora Canela é uma artista de Brumadinho, MG que se dedica a pesquisar sobre decolonização do pensamento, da terra, dos povos e dos corpos no contexto do Antropoceno, especialmente focada nas consequências da mineração vivida em seu dia a dia, buscando semear outros imaginários possíveis a partir do encontro. Suas obras e poética brincam com elementos orgânicos, tecnológicos e industriais. Como artista, pesquisadora e ativista desenvolve projetos entre o sul e norte globais que reivindicam a horizontalidade e a criação coletiva para um futuro compartilhado além das fronteiras físicas e metafóricas com colaborações interculturais e interespécies. Recentemente participou de exposições, conferências e residências artísticas em Berlim, Munique, Croácia, São Paulo, África do Sul, entre outros, com destaque para a participação na Documenta Summerschool em Kassel 2022. Idealizou junto ao Instituto Camila e Luiz Taliberti a exposição aqui apresentada, “Paisagens Mineradas”, a qual assina a co-curadoria e endossa o grupo de 10 artistas que apresentam suas obras.

Isis Medeiros

Isis Medeiros é fotógrafa popular dedicada ao fotojornalismo e à fotografia documental. Seu olhar crítico busca denunciar negligência e descaso como o das mineradoras em Minas Gerais. Engajada na luta e empoderamento das mulheres, descortina em seu trabalho as violências do Estado e as violações de direitos humanos. Realizou o projeto Mulheres Cabulosas da História e recebeu prêmio Clara Zetkin, de “mulher com iniciativa transformadora”.

 

Seus inúmeros trabalhos já foram publicados pela National Geografic, Folha de S. Paulo, The Intercept, BBC News, El País, Mongabay, Huffpost, Greenpeace, Jornal Brasil de Fato e Revista Cláudia. 

 

Seus trabalhos já circularam em inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil; além de países como EUA, Canadá, França, Portugal e Espanha. 

 

Em 2020 lançou seu primeiro fotolivro com título ‘15:30’ ; uma leitura visual dos desdobramentos do crime da mineração ocorrido na cidade de Mariana (2015), que atingiu toda Bacia do Rio Doce e o litoral do Espírito Santo. Seu trabalho foi incluído no projeto ‘Testemunha Ocular’, como uma das fotojornalistas de maior destaque no país.

Júlia Pontés

Júlia Pontés é uma fotógrafa, artista visual e pesquisadora mineira cujo trabalho e pesquisa se concentram principalmente no extrativismo e nas explorações mineiras no Brasil. 

 

Seu trabalho é frequentemente exibido em colaboração com movimentos sociais, universidades e espaços de exposição independentes para aumentar a conscientização sobre o impacto da mineração no Brasil.

 

Ele já foi reconhecido com bolsas e prêmios nos Estados Unidos por Anonymous was a Woman, Visura, National Geographic Society, Planetary Health Alliance da Universidade de Harvard, Blue Earth Alliance, Center Santa Fe, Santa Fe Art Institute e New York Foundation for the Arts. E foi exibido e publicado em diversos países como Brasil, EUA, Portugal, Espanha, Argentina, França, Alemanha e Guatemala. 

 

Júlia é colaboradora do MAM – Movimento pela Soberania Popular na Mineração e especializou-se em Direito e Economia pela Universidad Torcuato di Tella na Argentina; ela possui certificado em fotografia pelo Centro Internacional de Fotografia (I.C.P.) em Nova York. Ela é professora de fotografia na Montclair State University em Nova Jersey e na Columbia University, onde recebeu seu M.F.A. em Artes Visuais.

 

Ela está trabalhando em seu novo projeto chamado env-IRON-ment, financiado pela Anonymous Was a Woman/NYFA e patrocinado fiscalmente pela Blue Earth Alliance/CENTER. Júlia viajou 21.000 quilômetros pelos EUA documentando minas de ferro ativas, ociosas e antigas em 20 estados diferentes. Júlia recentemente fez parte da residência do Santa Fe Art Institute, com enfoque em Mudanças Climáticas.

Lis Haddad

Lis Haddad é artista multidisciplinar, pesquisa os conceitos de paisagens domésticas x paisagens indomesticáveis – literais ou metafóricas – e os movimentos que ocorrem nos corpos quando há perda das paisagens afetivas, seja por exílio ou pela remodelação do ambiente por imposições extrativistas do capital.

 

Entre as exposições destacam-se a Bienal de Florença 2023, Over (the) Mine (Munique, 2022), Water Bodies (Berlim, 2022), Tramas da Memória (MAO, BH, 2022) e a individual A pele é o mais profundo (MuMo, BH, 2016). Participou como artista residente dos programas AIR-München e Projekthof-Karnitz (DE, 2022); foi aluna convidada da Akademie der Bildenden Künst München em 2022 e artista colaboradora na Universidade de Augsburg no projeto Understanding of and intervening in an ethnological collection a convite do  Prof. Ernst Wagner. É parte do painel transnacional da rede Exploring Visual Cultures que atua nas áreas de educação artística, arte, estudos de culturas visuais/antropologia cultural.

Luana Vitra

Luana Vitra (Contagem, MG, Brasil, 1995) nasceu e cresceu no estado de Minas Gerais, numa região conhecida por paisagens naturais monumentais e marcada de modo profundo pelas atividades industriais da mineração. Experimentou desde sempre, portanto, as diversas manifestações possíveis do ferro e da fuligem. Gestada entre a marcenaria — pelo lado do pai — e o manejo das palavras — pela parte da mãe —, sua prática parte de processos que reconhecem as qualidades físicas e os contornos sutis da matéria, e investigam a infusão psicoemocional das paisagens. A partir de composições realizadas com uma ampla gama de materiais, seus objetos e instalações reconfiguram símbolos universais e elaboram outros, especialmente investidos nas qualidades da matéria, evocando poesia, discutindo subjetividades e suscitando questionamentos políticos. Seus trabalhos já foram apresentados em espaços como a 35ª Bienal de São Paulo (Brasil), Instituto Inhotim (Brasil), MAM- Rio (Brasil), South London Gallery (Inglaterra), MASP (Brasil), Javett Up (Pretoria, África do Sul) e Framer Framed (Amsterdã, Holanda).

Mari de Sá

Artísta Visual, formada pela Faculdade “Belas Artes de São Paulo, ativista, tem seus trabalhos focados em causas sociais tendo como objeto principal ” livro de artista.

Em suas obras dá preferencia a uso de materias primas  local fomentando e estimulando a artesania como forma de arte comunitária.

Shirley Krenak

Uma pessoa “desassossegada”. É assim que se descreve a ativista e educadora Shirley Djukurnã Krenak. Envolvida com a luta de seu povo desde a adolescência, quando acompanhava o pai, o também ativista Waldemar Itchó Itchó Krenak, em palestras e outras atividades de conscientização nas escolas da região, Shirley desenvolveu uma trajetória que vem se desdobrando em diversas frentes, como um rio que se multiplica à medida que ruma em direção ao mar.

 

Residentes da Mata Atlântica desde muitos séculos, os Krenak possuem, hoje, parte de seu território original demarcado ao longo da margem esquerda do Rio Doce, na região leste de Minas Gerais. Como tantos outros povos indígenas que sofrem as violências das práticas colonizadoras de forma continuada e implacável, conquistaram o direito constitucional a esse território com muita luta, em um processo desgastante que ainda deixa marcas. Na fala de Shirley, é possível perceber certa fadiga em relação a esses embates de tanto tempo, mas não um abatimento.

 

“Se você olhar o histórico de luta do povo Krenak, vai ver que essa luta é muito extensa, mas também é grandiosa. E quando nós nascemos dentro desse povo, crescemos dentro desse processo de luta. Mesmo diante de retrocessos, mesmo diante de racismo, mesmo diante de violências corporais e violências psicológicas que todo o povo indígena sofre, o enraizamento ancestral do seu povo faz com que você tenha um crescimento muito amplo. E eu nunca parei de acreditar. Defendo meu povo e falo sobre ele com as pessoas:  falo sobre o que é ser Krenak, quem é o povo Krenak, o que o povo Krenak defende. Ecoar a história do seu povo é um processo de fortalecimento e de crescimento espiritual muito grande”.

 

A relação dos Krenak com a terra e com os rios torna incontornável a menção a um capítulo triste e recente da história nacional, quando, em novembro de 2015, o rompimento de uma barragem de mineração em Bento Rodrigues, vilarejo pertencente ao município de Mariana, resultou em uma catástrofe ambiental sem precedentes, despejando toneladas e toneladas de rejeitos altamente poluentes na bacia do Rio Doce (a quem eles chamam de Watú). “Foi um estupro a céu aberto esse crime”, define Shirley, sem pudor na escolha dos termos. “Toda vez que chove, o Watú é novamente soterrado. Hoje o rio é uma cicatriz no território. Esse é um dos maiores crimes ambientais da história e ninguém fala mais nele”.

 

O impacto do desastre para os Krenak – impossível de mensurar, mas possível de sentir nas palavras de Shirley – acaba por reforçar, em vias trágicas, a importância de uma conscientização ambiental coletiva e da mudança urgente de um modo de vida que reconsidere a nossa relação com a mãe-terra. Para a ativista, os principais caminhos para alcançar esses propósitos passam pela educação e pelo desenvolvimento de ações capazes de integrar diferentes públicos e grupos.

 

À frente do Instituto Shirley Djukurnã Krenak, Shirley trabalha em diversos espaços, entre escolas, universidades e projetos sócio-culturais, levando não apenas histórias indígenas – e um contraponto à educação tradicional –, mas também os valores de coletividade que aprendeu com seus mais velhos. Pensar a vida como uma trajetória de aprendizado contínuo com os anciãos, com a comunidade e com o território é, também, uma possibilidade de manutenção de nossa vida na Terra, como nos conta. E pensar essas formas de sobreviver em harmonia com o planeta envolvem, invariavelmente, um compromisso com a educação ambiental: pensar ferramentas pedagógicas para despertar, nas crianças, a sensibilidade para uma vida coletiva.

 

Tantas frentes de trabalho fazem jus a seu nome: Djukurnã representa uma mulher sempre disposta, pois carrega um espírito que nunca envelhece. Na entrevista a seguir, Shirley Krenak compartilha conosco momentos de sua trajetória e defende um ativismo que toma forma em práticas educativas centradas não somente em apresentar ou explicar, mas em sensibilizar e construir conexões capazes de curar e de mobilizar.

Silvia Noronha

Silvia Noronha (n. 1984, Belo Horizonte, Brasil) vive e trabalha em Berlim.

Em suas esculturas e instalações, incorpora uma vasta gama de componentes do solo, incluindo terra, argila, vidro, resíduos eletrônicos e plástico. Noronha procura envolver-se com a agência da matéria em um processo participativo e de compartilhamento. Desde 2015, a artista se interessa pelo que nomeia geologia especulativa – um processo pseudo-científico onde entende o solo como mídia que concentra informações multidimensionais, especialmente sobre o tempo. Por sua pesquisa e obra com o tema destacam-se os prêmios:  “Neukölln Kunstpreis” (2023), “Kummer-Vanotti-Stiftung Environment and Art Award” (2022) e o “Recherchestipendien” do Senado e Departamento de Cultura de Berlim (2020). Seu trabalho “O Futuro das Pedras – especulação sobre matéria contaminada” em resposta ao Crime Ambiental em Mariana – MG foi premiado com o  “Elsa Neumann Stipendium” do Estado de Berlim (2019) e com “Mart Stam Preis” (2016).

Noronha participou de exposições na Johannesburg Art Gallery (2023), Galerie im Körnerpark, Berlim (2023), Berlin Art Week (2023),  Center for Craft, Carolina do Norte (2023),  The 5th Floor, Tóquio (2023), Kunstquartier Bethanien, Berlim (2022, 2020, 2017), Kunstverein Göttingen (2022), kunsthaus Dresden, Municipal Gallery for Contemporary Art (2021), entre outras.

Programação

Pelo quinto ano consecutivo, o Instituto Camila e Luiz Taliberti realiza o ato por justiça e em memória e honra das vítimas que morreram no rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019. A iniciativa, em parceria com a AVABRUM (Associação dos familiares de vítimas e atingidos pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão) busca chamar atenção para a impunidade cinco anos após a tragédia. Será na Avenida Paulista com Rua Pamplona no dia 25 de janeiro de 2024.

Marcelo Nakamura

Nascido em Belém e criado em Manaus, Marcelo Nakamura é um músico autodidata que transborda os ritmos e referências da região amazônica. Traz na bagagem vários sucessos e parcerias com músicos importantes da cena cultural brasileira como Otto, Victor Xamã, Samuca (do Samuca e a Selva), Felipe Cordeiro, entre outros. Teu show atual “A Bajara” – homenagem aos seus 15 anos de carreira – é um convite para se navegar nas profundezas dos rios e ritmos amazônicos: do boi bumbá ao brega, passando pelo carimbó, beiradão e muitos outros. 

 

Sobre Marcelo Nakamura: 

Nascido em Belém do Pará em 1986, aos dois anos de idade Marcelo Nakamura se mudou para Manaus, onde desenvolveria seu interesse pelas artes. 

Em 2008, Marcelo deu início a sua carreira musical, tocando em bandas locais, como Cumbuca Maria, Canhamukaya e Tribo Zaggaia, com a qual lançou seu primeiro disco em 2016, intitulado Psycho Bagaceira. O álbum chamou a atenção de público e crítica com sua mistura de carimbó, beiradão e brega, entre outros ritmos.

Autodidata, buscou percorrer o Brasil atrás de musicalidades em suas mais variadas nuances. Percorreu 16 estados brasileiros (Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.)

 

Integrou as bandas Canhamukaya, Pé de Selva, Tribo Zaggaia, Os Maninhos. Com o nome em ascensão e composições gravadas por outros artistas manauaras, em 2019 Marcelo Nakamura passou uma temporada em São Paulo e, lá, gravou seu segundo disco, chamado Naka & os Piranha, que contou com a participação de músicos paulistas e até do pernambucano Otto.

Atualmente o cantor e compositor reside em São Paulo, faz parte da rede do Festival Amazônico Puxirum e também integra o Coletivo Caboquice, coletivo formado por artistas de diversos lugares da Amazônia residentes em São Paulo.

Se(cura) Humana

“SIMULAÇÃO DE UM LEVANTE”, com (se)cura humana

É uma performance do coletivo (se)cura humana, a ser realizada na Avenida Paulista, no dia 25 de janeiro, data que marca os 5 anos da tragédia em Brumadinho. A performance convida o público para uma procissão – protesto, onde uma torre de comando itinerante com sirenes em silêncio e placas de evacuação, ao invés de orientar rotas de fuga em caso de desastres ambientais, promove uma simulação de um levante popular contra crimes impunes. Que levante é possível? Utilizando um plano de emergência subvertido, o ato visa empoderar os participantes através de ações artísticas, fazendo com que a torre se converta em um epicentro de uma união simbólica e ato coletivo. O som da sirene ressoa em nossas mentes, mas não como fuga, mas sim como um alerta por justiça.



O questionamento surge: é possível uma verdadeira fuga em situações de desastre? Qual a possibilidade de um ato de resistência mediante tamanha impunidade? No caso de Brumadinho, a sirene não tocou. Foram 272 vítimas fatais, 3 ainda desaparecidas. A lama tóxica afetou 26 municípios, atingiu 944 mil pessoas. São 5 anos sem condenação dos réus.
#JustiçaPorBrumadinho #SomosSementes #NãoFoiAcidente

 

 

Thiago Cóstackz

Thiago Cóstackz é artista plástico multimídia, documentarista, curador, escritor, compositor e ambientalista. Fundou em 2008 o “S.O.S Terra”, uma ação que usa arte e a ciência para chamar atenção para problemas ambientais de nosso tempo. Esteve envolvido, nos últimos 15 anos, em mais de 80 ações pelo Brasil países como: França, Alemanha, Rússia, Dinamarca, Islândia, Holanda, EUA, Inglaterra, Groenlândia e Itália, além de intervenções em lugares como o Oceano Glacial Ártico, Atlântico Sul, Caatinga e Florestas tropicais. Já realizou expedições internacionais instalando sua arte em vários lugares ameaçados pelas mudanças. Autor de quatro livros e dois filmes, indígena, pertence ao povo Potiguara Ibirapi do RN. Membro do C2H – Cóstackz and Hjörvar, duo musical que forma com o músico islandês Hjörvar Hjörleifsson. Seu nome tem sido associado a grandes realizações e a astros internacionais, como Roger Waters (ex-Pink Floyd), que o escolheu para realizar uma intervenção invocando questões ambientais e de Direitos Humanos no aclamado show The Wall, para 70 mil pessoas no Brasil, em 2012.

Marcela Nicolas

“Os rios, esses seres que sempre habitaram os mundos em diferentes formas, são quem me sugerem que, se há futuro a ser cogitado, esse futuro é ancestral, porque já estavam aqui.” (Ailton Krenak)

 

Foi inspirada nessa frase e em suas trajetórias que nasceu esta intervenção que busca tampar concreto com água e nos inspirar RE-NASCER RIOS.

Com uma mistura de diferentes linguagens visuais (fotografia, ilustração digital, colagem e lambe- lambe), esta série de intervenções busca resgatar a história dos cursos d’água que foram negados e violentados pelo capitalismo. As 3 ações já realizadas foram feitas em Minas Gerais, uma grande caixa d’água bombeando vida pelas veias que nos sobram (as que não foram concretadas ou inundadas por rejeito de minério, no caso).

 

Foram duas ações em Belo Horizonte (uma sobre o Rio das Velhas e outra sobre o Ribeirão Pampulha) e uma em Uberlândia, cidade natal da artista, e em collab com o grafiteiro Dequete.

 

Assim, a próxima intervenção (Re)nascer Rios será sobre a Bacia do Rio Paraopeba. Essa que teve suas águas contaminadas em um dos maiores crimes sócio ambientais da história.

 

A intervenção será feita ao vivo na Av Paulista em São Paulo durante o ato em denúncia aos 5 anos do rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho.

 

🍃 Marcela Nicolas é multi-artista cartográfica. Trabalha há quase 10 anos com comunicação e produção de guerrilha articulada aos movimentos populares. Nos últimos 5 anos esteve presente em ações de comunicação e luta da população atingida tanto do Rio Doce (Mariana) quanto do Paraopeba (Brumadinho). Como artista visual é uma ótima inventora de moda e busca sempre construir arte que seja também ferramenta de luta e reivindicação de um território.